CONJURAÇÃO MINEIRA
Minas Gerais, 1789.
 
Em Minas, grande parte da  população colonial mineradora vivia na pobreza havia muito tempo. Essa situação agravou-se com o declínio da exploração do ouro, a partir da segunda metade do século XVIII.
Um clima de tensão e revolta tomou conta dos proprietários das minas de ouro quando o governador da capitania, Visconde de Barbacena, anunciou que haveria uma nova derrama - a cobrança forçada dos impostos atrasados.
Membros da elite colonial começaram a se reunir e a planejar um movimento contra as autoridades portuguesas e a cobrança da derrama. Esse movimento ficou conhecido pelo nome da Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira.

Os Inconfidentes

Entre os principais inconfidentes estavam Cláudio Manuel da Costa (fazendeiro e poeta), Inácio de Alvarenga Peixoto (minerador e latifundiário), Tomás Antônio Gonzaga (poeta e jurista), Toledo e Melo (padre e minerador), Abreu Vieira e Oliveira Lopes (Coronéis). Um dos poucos participantes da Inconfidência que não fazia parte da elite econômica mineira era Joaquim José da Silva Xavier, apelidado de Tiradentes, porque exercia também, o ofício de dentista.
Boa parte dos líderes intelectuais desse movimento conhecia aspectos do pensamento de filósofos iluministas, como Rousseau, Diderot e outros.

Os planos

Acredita-se que os projetos dos inconfidentes incluíam medidas como:
  • separar a região de Portugal, criando uma república com capital em São João Del Rei;
  • adotar uma bandeira, que teria um triângulo no centro com a frase latina libertas quae sera tamem (Liberdade ainda que tardia);
  • impantar indústrias na região;
  • criar uma universidade em Vila Rica, uma vez que a elite preocupava-se com a educação superior;
  • criar um tipo de serviço militar obrigatório;
  • incentivar a natalidade, oferecendo pensões para as mães com muitos filhos.
Para realizar esses planos, havia pouca organização estratégica. Os inconfidentes não tinham tropas nem armas para conquistar o poder. Também não contavam com a participação popular, pois o movimento não tiinha propostas para melhoar as condições de vida da população em geral.
A Inconfidência Mineira não foi, portanto, uma revolta de caráter popular. Visava basicamente o fim da opressão portuguesa, que prejudicava a elite mineira. Não havia o propósito de acabar com a escravidão, por exemplo, que atingia a maioria da população.

A repressão

O movimento foi denunciado pelo coronel Joaquim Silvério dos Reis, (e outros), ao governador. Em troca, Silvério obteve o perdão de suas dívidas com a Coroa.
O governador decidiu, então, suspender a derrama e rapidamente organizou tropas para prender os envolvidos.
Os participantes da Conjuração Mineira foram presos, julgados e condenados. Onze deles receberam sentença de morte, mas a rainha de Portugal D. Maria I, modificou a pena para degredo perpétuo em colônias portuguesas na África. Só Tiradentes teve sua pena de morte mantida.

fonte: Cotrim, Gilberto. História Global. 1. ed. Saraiva: 2010.


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